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A mostrar mensagens de janeiro, 2015

Olhos da minha mãe

Olho aqueles olhos castanhos cor de mel, perfeitamente alinhados e desenhados, bem redondinhos, e que têm á sua volta todas as rugas bem marcadas, e aquela cicatriz na sobrancelha, que quase nunca se vê. Olho os seus olhos doces, doces como o mel que é a sua cor. Os seus olhos cansados, que deixam transparecer a guerreira que existe dentro dela, o seu coraçãozinho de manteiga, mas também a sua força para resolver todos os seus problemas. Os olhos que olhava em bebé, em criança, e agora, e sempre os olharei, sentido o calor doce que transmítem, que me acalmam e me deixam feliz. Os olhos da minha mãe, que a seguir à sua personalidade é o que mais amo nela. Os seus olhos mágicos, doces e marcantes.

Serpa, terra forte

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Alentejo, Serpa,Terra forte. A calma presente em todos aqueles campos e em todas as paisagens douradas pelas espigas e girassois. O acolhimento desta terra, onde sempre vim passar férias, e que conheço tão bem, mas parece que existe sempre mais a descobrir. Terra onde passei Verões, Páscoas, fins de semana, e onde recarrego energias, sendo o único lugar para onde penso ir quando se fala em férias... Terra banhada pelo sol escaldante no verão, e por um frio bem característico no Inverno. Esta terra que me transmite uma inspiração inacreditável, e que serve simplesmente de modelo para me exprimir numa câmera fotográfica. Esta terra que não esqueço durante um ano inteiro, e que conto os dias para lá voltar... (fotografias tiradas por mim, na última viagem a Serpa).

Palavras

Palavras... Meros sons ou rabiscos, coisas simples, rabiscos que uma simples caneta guiada por uma mão influênciada por um qualquer sentimento, som que uma boca amargorada ou apaixonada, inquieta ou dúvidosa, tentam expressa com a mesma força com que surgem na cabeça. Palavras...

A morte

Um corpo estendido, no chão, num qualquer hotel barato, utilizado para meros contactos fisícos entre duas pessoas que procuram o prazer desalmado que o universo nos deu a liberdade de sentir. Um corpo gelado, presente mas ausente, roxo, um corpo que se vê mas que para mais nada serve. Um vulto sentado na poltrona, sem cara, sem forma nem corpo, um vulto escuro, esvoaçante. Olha o corpo inerte no chão, sobre a mancha de sangue escuro que o cobre. Nada naquele corpo se ousa mecher, os músculos que horas antes tinham sido usados, o cabelo, que tería estado despenteado, estava agora húmido, ensopado na mesma mancha escura, e um vestido branco, até aos joelhos, rasgado e manchado. E os olhos, abertos, frios e vazios, fitam o infinito finito do teto branco O vulto, agora de pé, em frente ao corpo, ajoelha-se e beija os lábios frios daquele corpo. Beija os lábios levando consigo a sua vida, deixando o corpo. Afasta-se deste, flutuando sobre o seu vulto, abre a porta e sai. A morte sai, d

Livros

Vi-o naquela estante, guardá-do numa prateleira onde o pó dançava alegremente sobre todas aquelas páginas. O cheiro desta loja é o mesmo que todas as livrarias devem ter: um cheiro a pó, mas um pó diferente, um pó curioso, mágico e com um pouco de cada história que se encontra naquelas linhas. Está encaixado noutros tantos contadores de histórias, reais ou fictícias, mas foi aquele, o que me despertou, por nenhuma razão, ou talvez por todas, mas sobretudo pela simplicidade da sua capa. Peguei-lhe, senti todas as rugosidades na sua capa, todas as cores. Folhei-o, senti o seu cheiro, o cheiro de todo o seu enredo, das personagens e dos cenários. Apertei-o contra o peito, e dirigi-me pelo resto da loja em direcção à caixa, paguei e saí. Levava-o no saco, que a minha mão segurava com tal contentamento e determinação, que os outros sacos tinham inveja. Sempre vi os livros como pessoas, entram na nossa vida, contam-nos boas coisas, ou más, e podem permanecer ou não na nossa vida, trazen